segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Adalberto queria tirar fora e não voltar com nada naquele apartamento semi-escuro e lúgubre. “É necessário deixar tudo fora”. Pensava, seriíssimo, com a testa contraída e as sobrancelhas serradas. Ele queria deixar uma sensação de vazio para colocar somente a vitrola no chão, rodando una furtiva lagrima*. E continuava a pensar com seus botões: “Se eu tivesse um infarto agora seria um pouco mais dramático e um pouco menos patético que aqueles que odeiam poesias e operas.”

*opera: una furtiva lagrima. De Gaetano Donizetti



isaias

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