
domingo, 30 de janeiro de 2011
domingo, 23 de janeiro de 2011
miniconto. republicando com uma pequena modificação
O bar era perto. Passava das 23h. Os dois precisariam acordar bem cedo mas, bia bebia e
Balançava a cabeça, o pescoço, os quadris, o corpo todo em sintonia com a música frenética, e falava, e gritava, e repetia ao mesmo tempo:
-Será que a dança é algo pra fazer a gente não se envelhecer?
Ele ficara todo o tempo sem dizer nada, com os olhos fechados, rodopiando no compasso da velha amiga que, sorrindo, passaria a pensar naquilo pra sempre.
Naquele momento ela sussurra maliciosamente bem pertinho de sua orelha :
- É... acho que você concorda comigo.
O bar era perto. Passava das 23h. Os dois precisariam acordar bem cedo mas, bia bebia e
Balançava a cabeça, o pescoço, os quadris, o corpo todo em sintonia com a música frenética, e falava, e gritava, e repetia ao mesmo tempo:
-Será que a dança é algo pra fazer a gente não se envelhecer?
Ele ficara todo o tempo sem dizer nada, com os olhos fechados, rodopiando no compasso da velha amiga que, sorrindo, passaria a pensar naquilo pra sempre.
Naquele momento ela sussurra maliciosamente bem pertinho de sua orelha :
- É... acho que você concorda comigo.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Miłosz

Os meus ouvidos escutam cada vez menos as conversas, os meus
[olhos enfraquecem, continuando porém insaciados.
Vejo as pernas delas de mini-saia, de calças,
[ou de tecidos vaporosos,
Espreito cada uma, os seus rabos e coxas, pensativo,
[embalado por sonhos porno.
Ó lascivo velho jarreta, estás com os pés para a cova
[e não para os jogos e brincadeiras da juventude.
Mas não é verdade, faço apenas aquilo que sempre fiz,
[compondo as cenas desta terra, movido pela
[imaginação erótica.
Não desejo justamente estas criaturas, desejo tudo,
e elas são como um sinal de convívio extático.
Não tenho culpa de sermos feitos assim, metade de
[contemplação
desinteressada e metade de apetite.
Se depois de morrer for para o Céu, lá, terá de ser como aqui,
apenas hei-de livrar-me dos sentidos entorpecidos
[e dos ossos pesados.
Transformado em puro olhar, continuarei a absorver
[as proporções
do corpo humano, a cor dos lírios, a rua parisiense
[na madrugada de Junho.
Enfim, toda a inconcebível, a inconcebível pluralidade
[das coisas visíveis
Czesław Miłosz (poeta polonês)
pasternak

Ser famoso...
Ser famoso não é bonito.
Não nos torna mais criativos.
São dispensáveis os arquivos.
Um manuscrito é só um escrito.
O fim da arte é doar somente.
Não são os louros nem as loas.
Constrange a nós, pobres pessoas,
Estar na boca de toda a gente.
Cumpre viver sem impostura.
Viver até os últimos passos.
Aprender a amar os espaços
E a ouvir o som da voz futura.
Convém deixar brancos à beira
Não do papel, mas do destino,
E nesses vãos deixar inscritos
Capítulos da vida inteira.
Apagar-se no anonimato,
Ocultando nossa passagem
Pela vida, como a paisagem
Oculta a nuvem com recato.
Alguns seguirão, passo a passo,
As pegadas do teu passar,
Mas tu não deves separar
Teu sucesso do teu fracasso.
Não deves renunciar a um mínimo
pedaço do teu ser,
Só estar vivo e permanecer
Vivo, e viver até o fim.
boris pasternak (poeta russo)
domingo, 9 de janeiro de 2011
poema
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